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sábado, 8 de maio de 2010

MEL


Não se pode negar que o mel tem excelente reputação, tanto na visão ocidental quanto na oriental. Não comentarei aqui quase nada do que diz a medicina ocidental a respeito do mel, porque as bibliotecas, virtuais ou não, estão repletas de informações confiáveis. O mel é sem dúvida um alimento surpreendente e um remédio fabuloso. Este artigo apresenta o que ensina a medicina tradicional chinesa, sem invalidar o que a ciência moderna já descobriu sobre as maravilhas desse alimento.

Em termos de sabor, o mel é classificado como alimento doce; em termos de natureza, ele é neutro. Os alimentos de sabor doce nutrem e tonificam. Os de natureza neutra não exercem no organismo um efeito térmico perceptível, como é evidente no caso dos alimentos frios ou dos quentes. Os alimentos de natureza neutra costumam ser bem digeridos por todos e caem bem em todas as épocas do ano, o que não acontece com os alimentos frios ou quentes. Portanto, o mel é um alimento que pode ser utilizado por pessoas de todas as constituições e mesmo em caso de doenças de caráter frio ou de caráter quente. Quanto aos meridianos, ou canais de energia, o mel nutre em particular os do Baço, do Pulmão e do Intestino Grosso. (O nome dos órgãos em MTC não corresponde aos órgãos e suas funções fisiológicas segundo descritos pela medicina ocidental.)

Funções e indicações

O mel é tônico e antiespasmódico. Enquanto tônico, ele luta contra a fadiga e aumenta o apetite; como antiespasmódico, alivia dores estomacais e abdominais. É o sabor doce que confere ao mel o seu caráter tonificante, de modo que ele tonifica o Qi e o Yang do Baço, o que equivale a dizer que ele estimula e fortalece as funções do sistema digestivo.

Outra indicação do mel: ele tonifica o Qi do Pulmão. Um possível sintoma de Deficiência do Qi do Pulmão é a tosse. A tosse provocada por esse tipo de deficiência é fraca; a pessoa mal tem força para tossir. Para esse tipo de tosse, o mel é uma boa indicação. Ele também é indicado em tosses crônicas por Deficiência do Qi do Pulmão. E, graças à capacidade que tem de umidificar as mucosas, o mel trata a tosse seca. Disso se conclui que não convém usar mel para tratar tosses com expectoração abundante, porque ele estimula a produção de mucosidade e agrava o problema. Aliás, Zhu Dan Xi (1280-1368), grande mestre da tradição médica chinesa, dizia que quanto mais seco o clima maior podia ser o consumo de mel e quanto mais úmido o clima menor deveria ser o seu consumo.

Encontramos no mel um laxativo leve, capaz de umidificar os intestinos e mobilizar o bolo fecal. Para pessoas que sofrem de constipação intestinal por secura do Intestino Grosso, e mesmo para as pessoas cujas fezes são habitualmente secas, o mel é um bom remédio para lubrificar a mucosa intestinal e facilitar a defecação. Ele trata a constipação dos idosos, de pessoas em estado de convalescença e da parturiente. (Recomenda-se tomar em jejum duas colheres de café de mel diluído em água quente.) O mel é contraindicado para pessoas cujas fezes costumam ser moles e pastosas pelas mesmas razões expostas no parágrafo anterior.

Os terapeutas que trabalham com a farmacopéia tradicional chinesa sabem que o mel é um ingrediente quase obrigatório nas raras fórmulas compostas de ingredientes tóxicos, como Fu Zi (Radix Lateralis Praeparatus Aconiti Carmichaeli). O motivo disso está na capacidade que o mel tem de atenuar os efeitos tóxicos de determinadas substâncias. Além disso, o mel pode ser acrescentado às decocções de substâncias medicinais chinesas com o objetivo de favorecer o efeito coordenado das substâncias utilizadas.

Alguns estudiosos chineses recomendam o mel como tônico do músculo cardíaco em casos de doenças coronarianas e de hipertensão arterial. (Crê-se que o mel seja hipotensivo.) Ele é indicado também como auxiliar no tratamento da úlcera estomacal ou duodenal: tomar em jejum, durante 2 a 3 semanas, duas colheres de sopa de mel diluído numa xícara de chá de água quente com meia colher de café de suco de gengibre extraído numa centrífuga.

Em uso externo recomenda-se o mel para aliviar a dor de pequenas queimaduras da pele, como antisséptico de ferimentos e como cicatrizante de úlceras varicosas ou de fissuras anais, desde que o produto seja puro e de boa qualidade.

Como utilizar o mel
Não há grande coisa a dizer sobre isso. Há quem o utilize puro e quem prefira usá-lo para adoçar o chá ou como ingrediente na preparação de bolos, pães e outros alimentos. É questão de preferência. Mas convém lembrar que para se obter ação terapêutica é preciso consumir de 10 a 60 gramas de mel por dia. Vale saber que, segundo a tradição médica chinesa, o mel claro e ralo é de qualidade superior para a saúde.

Há contraindicações? Sim. O mel tem caráter umidificante. Não deveria ser consumido sem cautela por pessoas que apresentem um ou mais dos sintomas ou problemas que se seguem: rinite crônica, bronquite crônica, certos tipos de asma (sobretudo quando há muita mucosidade nos pulmões), digestão difícil ou lenta, flatulência, diarréia, fezes moles ou pastosas, vômitos e distúrbios dermatológicos crônicos com exsudação. Nem é preciso recomendar cautela aos diabéticos, que devem lembrar que o índice glicêmico do mel é tão elevado quanto o do açúcar comum.

Portanto...

É verdade que o mel tem virtudes maravilhosas, mas pode não ser o alimento mais indicado para algumas pessoas, especialmente se utilizado em excesso. Nenhum excesso é inofensivo.